Segunda maior petroleira privada do país (em volume de óleo produzido) e parceira da Petrobras em atividades em blocos na camada pré-sal, a BG Brasil vai desenvolver três projetos de eficiência energética para plataformas flutuantes de produção e armazenamento de óleo e gás (FPSOs). O objetivo da companhia é estimular o desenvolvimento de novas tecnologias de recuperação de calor e de produção de energia com baixa emissão de dióxido de carbono (CO2) nas plataformas.
Com investimentos de R$ 7 milhões, nos próximos quatro anos, os projetos serão realizados em parceria com quatro universidades e uma "start up" (empresa novata). Eles foram selecionados em chamada pública organizada pela petroleira, cujo resultado será anunciado. Ao todo, o processo contou com 24 propostas, de 15 universidades e centros de pesquisa.
O primeiro projeto, em parceria com a USP, terá como objetivo a quantificação de desempenho termodinâmico e determinação de custos, rejeitos gerados e emissões de CO2 durante a operação de FPSOs. A segunda iniciativa, que prevê um diagnóstico energético e de emissões de CO2 em um FPSO típico, será realizada com a Unicamp e a Universidade Federal do ABC (UFABC).
A criação de uma ferramenta computacional para avaliar sistemas de recuperação de calor para a indústria de óleo e gás é o foco do terceiro projeto, em parceria com a Universidade Federal de Itajubá (Unifei), referência em eficiência energética, e a start-up 3E Gestão energética, que está na incubadora de empresas de base tecnológica de Itajubá (MG).
Os projetos ainda precisam passar pelo crivo da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Isso porque os recursos fazem parte da reserva obrigatória das petroleiras de investir 1% do seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento (P&D), segundo definições regulatórias do setor.
De acordo com o gerente de Inovação da BG Brasil, Giancarlo Ciola, os projetos fazem parte da primeira etapa do programa de eficiência energética da BG, voltado para a aplicação de sistemas integrados de energia em instalações offshore (em alto-mar). A próxima fase prevê a realização de testes, em laboratório, dos sistemas gerados na etapa anterior. A terceira e última fase consiste em testes de campo.
"Queremos garantir que o investimento gere resultado lá na frente, fazer o investimento se transformar em um novo produto, um novo processo e deseja velmente gerando conteúdo local", afirmou Ciola.
Ainda na área de pesquisa e desenvolvimento, a companhia espera inaugurar em meados de 2014 o centro global de tecnologia do grupo BG, na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro. A unidade, que começou a ser construída este ano, vai coordenar os projetos de inovação, entre eles os três selecionados na chamada pública. Neste caso, porém, Ciola explicou que as pesquisas em si serão realizadas nas instalações das universidades parceiras.
Os três projetos e o próprio centro global de tecnologia fazem parte do plano de investimentos de US$ 1,5 bilhão a US$ 2 bilhões em pesquisa e desenvolvimento pela companhia britânica no Brasil até 2025.
A BG produziu cerca de 38 mil barris de óleo equivalente (boe) por dia de petróleo e gás natural no Brasil em fevereiro.